A Presbiacusia ou surdez em idosos é uma condição que ocorre ao longo da vida, mas que costuma ser agravada devido ao processo de envelhecimento. A audição é um dos sentidos mais importantes ligados à qualidade de vida do idoso, pois através dos ouvidos escutamos e exercemos nosso poder de comunicação.
Quando não reconhecida e tratada, a surdez no idoso pode gerar isolamento social e depressão, principalmente quando o idoso também tiver outras limitações funcionais, como dificuldade para andar ou enxergar. Com a audição comprometida, os sentimentos de medo, insegurança e incapacidade surgem, levando o idoso a duvidar da sua capacidade e importância.
Os primeiros sinais de surdez são percebidos a partir dos 40 anos, como zumbido nos ouvidos, vertigem e desequilíbrio. Entre os fatores que levam à surdez na velhice estão exposição prolongada a sons altos, tabagismo, hereditariedade, infecções, inflamações, exposição a substâncias tóxicas, má alimentação e o simples desgaste natural da idade. Doenças nos idosos como hipertensão e diabetes podem agravar o quadro.
A surdez do idoso é amplificada na presença de outros ruídos de fundo. Ou seja, conversas privadas feitas em locais silenciosos, a dificuldade é leve. Já em ambientes sociais movimentados, a dificuldade é maior. A sensibilidade nos ouvidos dos idosos com surdez é grande, então, quando o idoso tem dificuldade de entender, gritar com ele pode gerar grande desconforto, além de não resolver o problema. Aos poucos o idoso deixa de escutar frequências ligadas à fala humana. Em alguns momentos, conseguem escutar quando a pessoa está falando, mas não entendem o que está sendo dito, já que perderam a capacidade de ouvir algumas consoantes.
É muito comum que idosos com surdez sejam descritos como distraídos e confusos, quando esse comportamento é consequência do problema. O simples ato de compartilhar informações, pensamentos e ideias se tornam uma tarefa constrangedora e exaustiva, por isso, é muito comum os idosos fingirem compreender o que está sendo dito e desistirem de continuar a interação.
O ideal é que levar o idoso a um otorrinolaringologista ao menor sinal de perda auditiva. Será feito um audiograma para avaliar o grau da surdez no idoso, a partir disso será estabelecida a melhor opção. Ainda não existe um tratamento eficaz para curar a perda de audição no idoso, mas há aparelhos auditivos capazes de melhorar a vida dos idosos. Quando a surdez está num estágio mais grave, podem não funcionar, e nesse caso, pode-se optar pelo implante coclear, onde há inserção de eletrodos no ouvido interno para estimular os neurônios que interpretam os sons.
O importante é sempre tentar entender as necessidades do idoso, procurando alternativas que tornem sua vida mais confortável.